Infância Latinoamericana. Num. 31. Corpo, gênero e sexualidade
Títol
Autor
Editorial. Corpo, gênero e sexualidade
Nesta edição, consideramos importante falar sobre o tema corpo, gênero e sexualidade, considerando aspectos que aumentam o fosso e a desigualdade social que afetam predominantemente as meninas – e com maior ênfase as meninas inseridas nas zonas rurais – em decorrência dos estereótipos de gênero e as oportunidades de vida desde a infância na maioria dos países latino-americanos. Além disso, levando em consideração que a consciência e a valorização do corpo como unidade indivisível favorecem a construção da identidade plena, busca tornar visíveis as relações entre sexualidade e desenvolvimento infantil.
Conselho do Peru
Tema. Atenção à diversidade. A transmissão do sexismo na etapa educacional dos 0-3 anos
A educação para a paz e a convivência é um aspecto determinante em todos os projetos educacionais nas escolas. Apesar disso, os projetos são repletos de palavras, silêncios, ações, organizações, propostas… que vão contra os objetivos iniciais. Esse fato é particularmente notável no campo da coeducação, onde se visualizam atos de violência de meninos e de submissão de meninas, da mesma forma que se geram desigualdades entre os dois gêneros.
Marta Alcalde, Rosalina Alcaide, Esther López, Azahara Hidalgo, Clara Ribas, Isabel Serra, Natalia Vera
Tema. Isso aí é “rachismo!”: um manifesto infantil contra a cisão de mundos, corpos, vidas e experiências
Para início de conversa…
O debate de gênero e sexualidade na educação, nos anos recentes, tem estado na mira dos ataques de grupos religiosos conservadores e fundamentalistas, cujas investidas chegam a se ramificar nas políticas públicas brasileiras, promovendo censuras em planos de educação, nas suas esferas municipais, estaduais e federal. Com esses movimentos políticos, de cunho moralista e conservador, e não menos alinhados ao projeto neoliberal de sociedade em visível ascensão no país, “gênero”, “sexualidade” e “raça” passam a ser temas/discursos profanos e “mal-ditos”, em função de suas potências para descortinarem violências que são produzidas e reiteradas, secularmente, pelas desigualdades estruturais que marcam a distribuição de poder no Brasil e impõem grande parcela da população a viver sob precariedades aviltantes.
Sandra Celso de Camargo, Raquel Gonçalves Salgado
Entrevista. Marta Ordoñez
Marta Ordoñez é mãe de uma criança trans * e professora de educação infantil. A sua experiência pode proporcionar-nos uma reflexão sobre como enfrentar uma situação complexa de filho ou filha trans * e, como profissional da educação, pode ajudar-nos a refletir sobre como tratar o assunto com a máxima delicadeza e profissionalismo.
Rosa Ferrer
Cultura e expressão. Literatura infantil e estereótipos sociais, qual a relação entre eles?
Para a Unesco, a primeira infância é o período de 0 a 8 anos, tempo em que para a ciência o cérebro infantil se desenvolve de forma proeminente, são lançadas as bases para delinear capacidades afetivas e intelectuais em meio à diversidade de contextos nos quais se pode interagir. Nesse sentido, a promoção da igualdade de gênero deve estar na pauta da formação escolar para garantir uma cultura democrática? A leitura de textos nos primeiros anos contribuirá para a construção de padrões e modelos culturais que justifiquem certas formas de agir e até mesmo os legitimem para sociedade, levando em consideração o gênero? É muito provável que para a maioria as respostas “caíam de maduras” frente às políticas educacionais que os Estados têm reforçado na última década com relação à igualdade de gênero. A seguir, algumas reflexões que emergem de muitos anos de acompanhamento de professores/as em meu país, da revisão e análise dos planos de leitura das editoras mais populares a partir de critérios a que cheguei tendo como referência o Currículo Nacional da Educação Básica (CNEB, 2016).
Milagritos Huertas Quezada
Cultura e expressão. Colorin, colorado, esse conto está terminado…
“Mamãe, papai, me conte uma história” É comum ouvir essa frase em meninos e meninas antes de dormir. Então, nós automaticamente nos voltamos para qualquer história que esteja à mão ou contamos a eles e elas a história que nos pedem. Às vezes é narrado com intensidade, outras vezes monotonamente. Mas, definitivamente sempre terminamos com a frase clássica “ Colorin, colorado, esse conto está terminado…”, mas isso realmente termina? Definitivamente, sabemos por experiência própria de vida que essas “histórias literárias” permanecem gravadas em nossa memória para sempre; embora muitas vezes sejam gerados estereótipos que são assumidos, sem qualquer dúvida, como válidos, desde tenra idade.
Olga Patricia Vergara Bao
Experiências. Gênero na educação, uma questão de justiça educativa
A humanidade atravessa um dos piores momentos do último século devido à crise sanitária da COVID19. Uma das lições mais importantes que a pandemia do Coronavírus nos deixa é a de que os serviços públicos voltados para a garantia de concretização de direitos, como os direitos à saúde e à educação, são bens preciosos que os Estados devem garantir e fortalecer.
Yolanda Rojo Chávez
Experiências. Políticas de formação de professores/as em serviço de educação infantil sobre igualdade de gênero
Miguel Soler Roca se foi na véspera de um 20 de maio. Nada mais significativo para um professor que lutou incansavelmente nos mais diversos cenários, pelos direitos humanos em todas as suas expressões. Uma delas foi sempre a luta pelos direitos dos povos camponeses e indígenas da América Latina que ele conhecia por ter viajado muitas vezes por esses territórios. A mais difícil dessas viagens foi aquela para buscar por seu amigo Julio Castro após seu desaparecimento em agosto de 1977. Dez anos depois, no Auditório da Universidade, Miguel se referiu a Julio como uma pessoa procurada para continuar a buscando. Por trás dessas palavras havia uma longa jornada de memória através das vivências, experiências pedagógicas e territórios percorridos juntos por longos anos. Estava também a pressão por ele exercida na Europa e na América sobre os ditadores em busca da verdade sobre o destino de Julio.
Micaela Wetzell Espinoza
Reflexões pedagógicas. Educação sexual e desenvolvimento socioemocional
É importante desenvolver habilidades socioemocionais em nossas meninas e meninos para promover a educação sexual desde a primeira infância? Nós definitivamente pensamos que sim, entendemos que esta é uma das grandes tarefas que temos que desenvolver e promover na escola e na família. É importante que durante a infância aprendam a desenvolver uma visão segura e positiva da sexualidade através de uma educação adequada a cada uma das idades. Nessa linha, a articulação com as competências socioemocionais faz parte do desenvolvimento integral da pessoa. Desta forma, deve-se enfatizar que a sexualidade faz parte do desenvolvimento infantil e como tal deve ter um lugar dentro da aprendizagem, esta deve ser orientada para o desenvolvimento integral da menina e do menino, os/as adultos/as devem entender que esta é uma parte importante do seu bem estar.
Rosina Vanessa Sánchez Jiménez
Reflexões pedagógicas. Formando-nos no feminismo
A sociedade em que vivemos ainda não reconhece a importância dos primeiros anos de vida no desenvolvimento pessoal e social das pessoas, mas as educadoras da Escola Infantil Urmendi têm claro que é nesses primeiros anos que eles são construídos e se desenvolve tanto as habilidades básicas quanto os valores de socialização e os diferentes conhecimentos.
Eli Etxabeguren Udane Ansa Iragorri
História da educação. Miguel Soler Roca de mãos dadas
Miguel Soler Roca se foi na véspera de um 20 de maio. Nada mais significativo para um professor que lutou incansavelmente nos mais diversos cenários, pelos direitos humanos em todas as suas expressões. Uma delas foi sempre a luta pelos direitos dos povos camponeses e indígenas da América Latina que ele conhecia por ter viajado muitas vezes por esses territórios. A mais difícil dessas viagens foi aquela para buscar por seu amigo Julio Castro após seu desaparecimento em agosto de 1977. Dez anos depois, no Auditório da Universidade, Miguel se referiu a Julio como uma pessoa procurada para continuar a buscando. Por trás dessas palavras havia uma longa jornada de memória através das vivências, experiências pedagógicas e territórios percorridos juntos por longos anos. Estava também a pressão por ele exercida na Europa e na América sobre os ditadores em busca da verdade sobre o destino de Julio.
Limber Elbio Santos
As 100 linguagens da infância. “A Janela da Minha Tia”
Minha tia mora em um prédio, sua casa está lá em cima, longe do apartamento.
Revista Infância Latinoamericana (Portuguès)
Títol
Editorial. Corpo, gênero e sexualidade
Nesta edição, consideramos importante falar sobre o tema corpo, gênero e sexualidade, considerando aspectos que aumentam o fosso e a desigualdade social que afetam predominantemente as meninas – e com maior ênfase as meninas inseridas nas zonas rurais – em decorrência dos estereótipos de gênero e as oportunidades de vida desde a infância na maioria dos países latino-americanos. Além disso, levando em consideração que a consciência e a valorização do corpo como unidade indivisível favorecem a construção da identidade plena, busca tornar visíveis as relações entre sexualidade e desenvolvimento infantil.
Autor
Conselho do Peru
Títol
Tema. Atenção à diversidade. A transmissão do sexismo na etapa educacional dos 0-3 anos
A educação para a paz e a convivência é um aspecto determinante em todos os projetos educacionais nas escolas. Apesar disso, os projetos são repletos de palavras, silêncios, ações, organizações, propostas… que vão contra os objetivos iniciais. Esse fato é particularmente notável no campo da coeducação, onde se visualizam atos de violência de meninos e de submissão de meninas, da mesma forma que se geram desigualdades entre os dois gêneros.
Autor
Marta Alcalde, Rosalina Alcaide, Esther López, Azahara Hidalgo, Clara Ribas, Isabel Serra, Natalia Vera
Títol
Tema. Isso aí é “rachismo!”: um manifesto infantil contra a cisão de mundos, corpos, vidas e experiências
Para início de conversa…
O debate de gênero e sexualidade na educação, nos anos recentes, tem estado na mira dos ataques de grupos religiosos conservadores e fundamentalistas, cujas investidas chegam a se ramificar nas políticas públicas brasileiras, promovendo censuras em planos de educação, nas suas esferas municipais, estaduais e federal. Com esses movimentos políticos, de cunho moralista e conservador, e não menos alinhados ao projeto neoliberal de sociedade em visível ascensão no país, “gênero”, “sexualidade” e “raça” passam a ser temas/discursos profanos e “mal-ditos”, em função de suas potências para descortinarem violências que são produzidas e reiteradas, secularmente, pelas desigualdades estruturais que marcam a distribuição de poder no Brasil e impõem grande parcela da população a viver sob precariedades aviltantes.
Autor
Sandra Celso de Camargo, Raquel Gonçalves Salgado
Títol
Entrevista. Marta Ordoñez
Marta Ordoñez é mãe de uma criança trans * e professora de educação infantil. A sua experiência pode proporcionar-nos uma reflexão sobre como enfrentar uma situação complexa de filho ou filha trans * e, como profissional da educação, pode ajudar-nos a refletir sobre como tratar o assunto com a máxima delicadeza e profissionalismo.
Autor
Rosa Ferrer
Títol
Cultura e expressão. Literatura infantil e estereótipos sociais, qual a relação entre eles?
Para a Unesco, a primeira infância é o período de 0 a 8 anos, tempo em que para a ciência o cérebro infantil se desenvolve de forma proeminente, são lançadas as bases para delinear capacidades afetivas e intelectuais em meio à diversidade de contextos nos quais se pode interagir. Nesse sentido, a promoção da igualdade de gênero deve estar na pauta da formação escolar para garantir uma cultura democrática? A leitura de textos nos primeiros anos contribuirá para a construção de padrões e modelos culturais que justifiquem certas formas de agir e até mesmo os legitimem para sociedade, levando em consideração o gênero? É muito provável que para a maioria as respostas “caíam de maduras” frente às políticas educacionais que os Estados têm reforçado na última década com relação à igualdade de gênero. A seguir, algumas reflexões que emergem de muitos anos de acompanhamento de professores/as em meu país, da revisão e análise dos planos de leitura das editoras mais populares a partir de critérios a que cheguei tendo como referência o Currículo Nacional da Educação Básica (CNEB, 2016).
Autor
Milagritos Huertas Quezada
Títol
Cultura e expressão. Colorin, colorado, esse conto está terminado…
“Mamãe, papai, me conte uma história” É comum ouvir essa frase em meninos e meninas antes de dormir. Então, nós automaticamente nos voltamos para qualquer história que esteja à mão ou contamos a eles e elas a história que nos pedem. Às vezes é narrado com intensidade, outras vezes monotonamente. Mas, definitivamente sempre terminamos com a frase clássica “ Colorin, colorado, esse conto está terminado…”, mas isso realmente termina? Definitivamente, sabemos por experiência própria de vida que essas “histórias literárias” permanecem gravadas em nossa memória para sempre; embora muitas vezes sejam gerados estereótipos que são assumidos, sem qualquer dúvida, como válidos, desde tenra idade.
Autor
Olga Patricia Vergara Bao
Títol
Experiências. Gênero na educação, uma questão de justiça educativa
A humanidade atravessa um dos piores momentos do último século devido à crise sanitária da COVID19. Uma das lições mais importantes que a pandemia do Coronavírus nos deixa é a de que os serviços públicos voltados para a garantia de concretização de direitos, como os direitos à saúde e à educação, são bens preciosos que os Estados devem garantir e fortalecer.
Autor
Yolanda Rojo Chávez
Títol
Experiências. Políticas de formação de professores/as em serviço de educação infantil sobre igualdade de gênero
Miguel Soler Roca se foi na véspera de um 20 de maio. Nada mais significativo para um professor que lutou incansavelmente nos mais diversos cenários, pelos direitos humanos em todas as suas expressões. Uma delas foi sempre a luta pelos direitos dos povos camponeses e indígenas da América Latina que ele conhecia por ter viajado muitas vezes por esses territórios. A mais difícil dessas viagens foi aquela para buscar por seu amigo Julio Castro após seu desaparecimento em agosto de 1977. Dez anos depois, no Auditório da Universidade, Miguel se referiu a Julio como uma pessoa procurada para continuar a buscando. Por trás dessas palavras havia uma longa jornada de memória através das vivências, experiências pedagógicas e territórios percorridos juntos por longos anos. Estava também a pressão por ele exercida na Europa e na América sobre os ditadores em busca da verdade sobre o destino de Julio.
Autor
Micaela Wetzell Espinoza
Títol
Reflexões pedagógicas. Educação sexual e desenvolvimento socioemocional
É importante desenvolver habilidades socioemocionais em nossas meninas e meninos para promover a educação sexual desde a primeira infância? Nós definitivamente pensamos que sim, entendemos que esta é uma das grandes tarefas que temos que desenvolver e promover na escola e na família. É importante que durante a infância aprendam a desenvolver uma visão segura e positiva da sexualidade através de uma educação adequada a cada uma das idades. Nessa linha, a articulação com as competências socioemocionais faz parte do desenvolvimento integral da pessoa. Desta forma, deve-se enfatizar que a sexualidade faz parte do desenvolvimento infantil e como tal deve ter um lugar dentro da aprendizagem, esta deve ser orientada para o desenvolvimento integral da menina e do menino, os/as adultos/as devem entender que esta é uma parte importante do seu bem estar.
Autor
Rosina Vanessa Sánchez Jiménez
Títol
Reflexões pedagógicas. Formando-nos no feminismo
A sociedade em que vivemos ainda não reconhece a importância dos primeiros anos de vida no desenvolvimento pessoal e social das pessoas, mas as educadoras da Escola Infantil Urmendi têm claro que é nesses primeiros anos que eles são construídos e se desenvolve tanto as habilidades básicas quanto os valores de socialização e os diferentes conhecimentos.
Autor
Eli Etxabeguren Udane Ansa Iragorri
Títol
História da educação. Miguel Soler Roca de mãos dadas
Miguel Soler Roca se foi na véspera de um 20 de maio. Nada mais significativo para um professor que lutou incansavelmente nos mais diversos cenários, pelos direitos humanos em todas as suas expressões. Uma delas foi sempre a luta pelos direitos dos povos camponeses e indígenas da América Latina que ele conhecia por ter viajado muitas vezes por esses territórios. A mais difícil dessas viagens foi aquela para buscar por seu amigo Julio Castro após seu desaparecimento em agosto de 1977. Dez anos depois, no Auditório da Universidade, Miguel se referiu a Julio como uma pessoa procurada para continuar a buscando. Por trás dessas palavras havia uma longa jornada de memória através das vivências, experiências pedagógicas e territórios percorridos juntos por longos anos. Estava também a pressão por ele exercida na Europa e na América sobre os ditadores em busca da verdade sobre o destino de Julio.
Autor
Limber Elbio Santos
Títol
As 100 linguagens da infância. “A Janela da Minha Tia”
Minha tia mora em um prédio, sua casa está lá em cima, longe do apartamento.
Autor
Revista Infância Latinoamericana (Portuguès)
Títol
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