Infância Latinoamericana. Num. 31. Corpo, gênero e sexualidade

Infância Latinoamericana. Num. 31. Corpo, gênero e sexualidade
Infância latinoamericana Português
10 de marzo de 2022

Títol

Autor


Editorial. Corpo, gênero e sexualidade

Nesta edição, consideramos importante falar sobre o tema corpo, gênero e sexualidade, considerando aspectos que aumentam o fosso e a desigualdade social que afetam predominantemente as meninas – e com maior ênfase as meninas inseridas nas zonas rurais – em decorrência dos estereótipos de gênero e as oportunidades de vida desde a infância na maioria dos países latino-americanos. Além disso, levando em consideração que a consciência e a valorização do corpo como unidade indivisível favorecem a construção da identidade plena, busca tornar visíveis as relações entre sexualidade e desenvolvimento infantil.

Conselho do Peru


Tema. Atenção à diversidade. A transmissão do sexismo na etapa educacional dos 0-3 anos

A educação para a paz e a convivência é um aspecto determinante em todos os projetos educacionais nas escolas. Apesar disso, os projetos são repletos de palavras, silêncios, ações, organizações, propostas… que vão contra os objetivos iniciais. Esse fato é particularmente notável no campo da coeducação, onde se visualizam atos de violência de meninos e de submissão de meninas, da mesma forma que se geram desigualdades entre os dois gêneros.

Marta Alcalde, Rosalina Alcaide, Esther López, Azahara Hidalgo, Clara Ribas, Isabel Serra, Natalia Vera


Tema. Isso aí é “rachismo!”: um manifesto infantil contra a cisão de mundos, corpos, vidas e experiências

Para início de conversa…
O debate de gênero e sexualidade na educação, nos anos recentes, tem estado na mira dos ataques de grupos religiosos conservadores e fundamentalistas, cujas investidas chegam a se ramificar nas políticas públicas brasileiras, promovendo censuras em planos de educação, nas suas esferas municipais, estaduais e federal. Com esses movimentos políticos, de cunho moralista e conservador, e não menos alinhados ao projeto neoliberal de sociedade em visível ascensão no país, “gênero”, “sexualidade” e “raça” passam a ser temas/discursos profanos e “mal-ditos”, em função de suas potências para descortinarem violências que são produzidas e reiteradas, secularmente, pelas desigualdades estruturais que marcam a distribuição de poder no Brasil e impõem grande parcela da população a viver sob precariedades aviltantes.

Sandra Celso de Camargo, Raquel Gonçalves Salgado


Entrevista. Marta Ordoñez

Marta Ordoñez é mãe de uma criança trans * e professora de educação infantil. A sua experiência pode proporcionar-nos uma reflexão sobre como enfrentar uma situação complexa de filho ou filha trans * e, como profissional da educação, pode ajudar-nos a refletir sobre como tratar o assunto com a máxima delicadeza e profissionalismo.

Rosa Ferrer


Cultura e expressão. Literatura infantil e estereótipos sociais, qual a relação entre eles?

Para a Unesco, a primeira infância é o período de 0 a 8 anos, tempo em que para a ciência o cérebro infantil se desenvolve de forma proeminente, são lançadas as bases para delinear capacidades afetivas e intelectuais em meio à diversidade de contextos nos quais se pode interagir. Nesse sentido, a promoção da igualdade de gênero deve estar na pauta da formação escolar para garantir uma cultura democrática? A leitura de textos nos primeiros anos contribuirá para a construção de padrões e modelos culturais que justifiquem certas formas de agir e até mesmo os legitimem para sociedade, levando em consideração o gênero? É muito provável que para a maioria as respostas “caíam de maduras” frente às políticas educacionais que os Estados têm reforçado na última década com relação à igualdade de gênero. A seguir, algumas reflexões que emergem de muitos anos de acompanhamento de professores/as em meu país, da revisão e análise dos planos de leitura das editoras mais populares a partir de critérios a que cheguei tendo como referência o Currículo Nacional da Educação Básica (CNEB, 2016).

Milagritos Huertas Quezada


Cultura e expressão. Colorin, colorado, esse conto está terminado…

“Mamãe, papai, me conte uma história” É comum ouvir essa frase em meninos e meninas antes de dormir. Então, nós automaticamente nos voltamos para qualquer história que esteja à mão ou contamos a eles e elas a história que nos pedem. Às vezes é narrado com intensidade, outras vezes monotonamente. Mas, definitivamente sempre terminamos com a frase clássica “ Colorin, colorado, esse conto está terminado…”, mas isso realmente termina? Definitivamente, sabemos por experiência própria de vida que essas “histórias literárias” permanecem gravadas em nossa memória para sempre; embora muitas vezes sejam gerados estereótipos que são assumidos, sem qualquer dúvida, como válidos, desde tenra idade.

Olga Patricia Vergara Bao


Experiências. Gênero na educação, uma questão de justiça educativa

A humanidade atravessa um dos piores momentos do último século devido à crise sanitária da COVID19. Uma das lições mais importantes que a pandemia do Coronavírus nos deixa é a de que os serviços públicos voltados para a garantia de concretização de direitos, como os direitos à saúde e à educação, são bens preciosos que os Estados devem garantir e fortalecer.

Yolanda Rojo Chávez


Experiências. Políticas de formação de professores/as em serviço de educação infantil sobre igualdade de gênero

Miguel Soler Roca se foi na véspera de um 20 de maio. Nada mais significativo para um professor que lutou incansavelmente nos mais diversos cenários, pelos direitos humanos em todas as suas expressões. Uma delas foi sempre a luta pelos direitos dos povos camponeses e indígenas da América Latina que ele conhecia por ter viajado muitas vezes por esses territórios. A mais difícil dessas viagens foi aquela para buscar por seu amigo Julio Castro após seu desaparecimento em agosto de 1977. Dez anos depois, no Auditório da Universidade, Miguel se referiu a Julio como uma pessoa procurada para continuar a buscando. Por trás dessas palavras havia uma longa jornada de memória através das vivências, experiências pedagógicas e territórios percorridos juntos por longos anos. Estava também a pressão por ele exercida na Europa e na América sobre os ditadores em busca da verdade sobre o destino de Julio.

Micaela Wetzell Espinoza


Reflexões pedagógicas. Educação sexual e desenvolvimento socioemocional

É importante desenvolver habilidades socioemocionais em nossas meninas e meninos para promover a educação sexual desde a primeira infância? Nós definitivamente pensamos que sim, entendemos que esta é uma das grandes tarefas que temos que desenvolver e promover na escola e na família. É importante que durante a infância aprendam a desenvolver uma visão segura e positiva da sexualidade através de uma educação adequada a cada uma das idades. Nessa linha, a articulação com as competências socioemocionais faz parte do desenvolvimento integral da pessoa. Desta forma, deve-se enfatizar que a sexualidade faz parte do desenvolvimento infantil e como tal deve ter um lugar dentro da aprendizagem, esta deve ser orientada para o desenvolvimento integral da menina e do menino, os/as adultos/as devem entender que esta é uma parte importante do seu bem estar.

Rosina Vanessa Sánchez Jiménez


Reflexões pedagógicas. Formando-nos no feminismo

A sociedade em que vivemos ainda não reconhece a importância dos primeiros anos de vida no desenvolvimento pessoal e social das pessoas, mas as educadoras da Escola Infantil Urmendi têm claro que é nesses primeiros anos que eles são construídos e se desenvolve tanto as habilidades básicas quanto os valores de socialização e os diferentes conhecimentos.

Eli Etxabeguren Udane Ansa Iragorri


História da educação. Miguel Soler Roca de mãos dadas

Miguel Soler Roca se foi na véspera de um 20 de maio. Nada mais significativo para um professor que lutou incansavelmente nos mais diversos cenários, pelos direitos humanos em todas as suas expressões. Uma delas foi sempre a luta pelos direitos dos povos camponeses e indígenas da América Latina que ele conhecia por ter viajado muitas vezes por esses territórios. A mais difícil dessas viagens foi aquela para buscar por seu amigo Julio Castro após seu desaparecimento em agosto de 1977. Dez anos depois, no Auditório da Universidade, Miguel se referiu a Julio como uma pessoa procurada para continuar a buscando. Por trás dessas palavras havia uma longa jornada de memória através das vivências, experiências pedagógicas e territórios percorridos juntos por longos anos. Estava também a pressão por ele exercida na Europa e na América sobre os ditadores em busca da verdade sobre o destino de Julio.

Limber Elbio Santos


As 100 linguagens da infância. “A Janela da Minha Tia”

Minha tia mora em um prédio, sua casa está lá em cima, longe do apartamento.

Revista Infância Latinoamericana (Portuguès)

Títol


Editorial. Corpo, gênero e sexualidade

Nesta edição, consideramos importante falar sobre o tema corpo, gênero e sexualidade, considerando aspectos que aumentam o fosso e a desigualdade social que afetam predominantemente as meninas – e com maior ênfase as meninas inseridas nas zonas rurais – em decorrência dos estereótipos de gênero e as oportunidades de vida desde a infância na maioria dos países latino-americanos. Além disso, levando em consideração que a consciência e a valorização do corpo como unidade indivisível favorecem a construção da identidade plena, busca tornar visíveis as relações entre sexualidade e desenvolvimento infantil.

Autor


Conselho do Peru


Títol


Tema. Atenção à diversidade. A transmissão do sexismo na etapa educacional dos 0-3 anos

A educação para a paz e a convivência é um aspecto determinante em todos os projetos educacionais nas escolas. Apesar disso, os projetos são repletos de palavras, silêncios, ações, organizações, propostas… que vão contra os objetivos iniciais. Esse fato é particularmente notável no campo da coeducação, onde se visualizam atos de violência de meninos e de submissão de meninas, da mesma forma que se geram desigualdades entre os dois gêneros.

Autor


Marta Alcalde, Rosalina Alcaide, Esther López, Azahara Hidalgo, Clara Ribas, Isabel Serra, Natalia Vera


Títol


Tema. Isso aí é “rachismo!”: um manifesto infantil contra a cisão de mundos, corpos, vidas e experiências

Para início de conversa…
O debate de gênero e sexualidade na educação, nos anos recentes, tem estado na mira dos ataques de grupos religiosos conservadores e fundamentalistas, cujas investidas chegam a se ramificar nas políticas públicas brasileiras, promovendo censuras em planos de educação, nas suas esferas municipais, estaduais e federal. Com esses movimentos políticos, de cunho moralista e conservador, e não menos alinhados ao projeto neoliberal de sociedade em visível ascensão no país, “gênero”, “sexualidade” e “raça” passam a ser temas/discursos profanos e “mal-ditos”, em função de suas potências para descortinarem violências que são produzidas e reiteradas, secularmente, pelas desigualdades estruturais que marcam a distribuição de poder no Brasil e impõem grande parcela da população a viver sob precariedades aviltantes.

Autor


Sandra Celso de Camargo, Raquel Gonçalves Salgado


Títol


Entrevista. Marta Ordoñez

Marta Ordoñez é mãe de uma criança trans * e professora de educação infantil. A sua experiência pode proporcionar-nos uma reflexão sobre como enfrentar uma situação complexa de filho ou filha trans * e, como profissional da educação, pode ajudar-nos a refletir sobre como tratar o assunto com a máxima delicadeza e profissionalismo.

Autor


Rosa Ferrer


Títol


Cultura e expressão. Literatura infantil e estereótipos sociais, qual a relação entre eles?

Para a Unesco, a primeira infância é o período de 0 a 8 anos, tempo em que para a ciência o cérebro infantil se desenvolve de forma proeminente, são lançadas as bases para delinear capacidades afetivas e intelectuais em meio à diversidade de contextos nos quais se pode interagir. Nesse sentido, a promoção da igualdade de gênero deve estar na pauta da formação escolar para garantir uma cultura democrática? A leitura de textos nos primeiros anos contribuirá para a construção de padrões e modelos culturais que justifiquem certas formas de agir e até mesmo os legitimem para sociedade, levando em consideração o gênero? É muito provável que para a maioria as respostas “caíam de maduras” frente às políticas educacionais que os Estados têm reforçado na última década com relação à igualdade de gênero. A seguir, algumas reflexões que emergem de muitos anos de acompanhamento de professores/as em meu país, da revisão e análise dos planos de leitura das editoras mais populares a partir de critérios a que cheguei tendo como referência o Currículo Nacional da Educação Básica (CNEB, 2016).

Autor


Milagritos Huertas Quezada


Títol


Cultura e expressão. Colorin, colorado, esse conto está terminado…

“Mamãe, papai, me conte uma história” É comum ouvir essa frase em meninos e meninas antes de dormir. Então, nós automaticamente nos voltamos para qualquer história que esteja à mão ou contamos a eles e elas a história que nos pedem. Às vezes é narrado com intensidade, outras vezes monotonamente. Mas, definitivamente sempre terminamos com a frase clássica “ Colorin, colorado, esse conto está terminado…”, mas isso realmente termina? Definitivamente, sabemos por experiência própria de vida que essas “histórias literárias” permanecem gravadas em nossa memória para sempre; embora muitas vezes sejam gerados estereótipos que são assumidos, sem qualquer dúvida, como válidos, desde tenra idade.

Autor


Olga Patricia Vergara Bao


Títol


Experiências. Gênero na educação, uma questão de justiça educativa

A humanidade atravessa um dos piores momentos do último século devido à crise sanitária da COVID19. Uma das lições mais importantes que a pandemia do Coronavírus nos deixa é a de que os serviços públicos voltados para a garantia de concretização de direitos, como os direitos à saúde e à educação, são bens preciosos que os Estados devem garantir e fortalecer.

Autor


Yolanda Rojo Chávez


Títol


Experiências. Políticas de formação de professores/as em serviço de educação infantil sobre igualdade de gênero

Miguel Soler Roca se foi na véspera de um 20 de maio. Nada mais significativo para um professor que lutou incansavelmente nos mais diversos cenários, pelos direitos humanos em todas as suas expressões. Uma delas foi sempre a luta pelos direitos dos povos camponeses e indígenas da América Latina que ele conhecia por ter viajado muitas vezes por esses territórios. A mais difícil dessas viagens foi aquela para buscar por seu amigo Julio Castro após seu desaparecimento em agosto de 1977. Dez anos depois, no Auditório da Universidade, Miguel se referiu a Julio como uma pessoa procurada para continuar a buscando. Por trás dessas palavras havia uma longa jornada de memória através das vivências, experiências pedagógicas e territórios percorridos juntos por longos anos. Estava também a pressão por ele exercida na Europa e na América sobre os ditadores em busca da verdade sobre o destino de Julio.

Autor


Micaela Wetzell Espinoza


Títol


Reflexões pedagógicas. Educação sexual e desenvolvimento socioemocional

É importante desenvolver habilidades socioemocionais em nossas meninas e meninos para promover a educação sexual desde a primeira infância? Nós definitivamente pensamos que sim, entendemos que esta é uma das grandes tarefas que temos que desenvolver e promover na escola e na família. É importante que durante a infância aprendam a desenvolver uma visão segura e positiva da sexualidade através de uma educação adequada a cada uma das idades. Nessa linha, a articulação com as competências socioemocionais faz parte do desenvolvimento integral da pessoa. Desta forma, deve-se enfatizar que a sexualidade faz parte do desenvolvimento infantil e como tal deve ter um lugar dentro da aprendizagem, esta deve ser orientada para o desenvolvimento integral da menina e do menino, os/as adultos/as devem entender que esta é uma parte importante do seu bem estar.

Autor


Rosina Vanessa Sánchez Jiménez


Títol


Reflexões pedagógicas. Formando-nos no feminismo

A sociedade em que vivemos ainda não reconhece a importância dos primeiros anos de vida no desenvolvimento pessoal e social das pessoas, mas as educadoras da Escola Infantil Urmendi têm claro que é nesses primeiros anos que eles são construídos e se desenvolve tanto as habilidades básicas quanto os valores de socialização e os diferentes conhecimentos.

Autor


Eli Etxabeguren Udane Ansa Iragorri


Títol


História da educação. Miguel Soler Roca de mãos dadas

Miguel Soler Roca se foi na véspera de um 20 de maio. Nada mais significativo para um professor que lutou incansavelmente nos mais diversos cenários, pelos direitos humanos em todas as suas expressões. Uma delas foi sempre a luta pelos direitos dos povos camponeses e indígenas da América Latina que ele conhecia por ter viajado muitas vezes por esses territórios. A mais difícil dessas viagens foi aquela para buscar por seu amigo Julio Castro após seu desaparecimento em agosto de 1977. Dez anos depois, no Auditório da Universidade, Miguel se referiu a Julio como uma pessoa procurada para continuar a buscando. Por trás dessas palavras havia uma longa jornada de memória através das vivências, experiências pedagógicas e territórios percorridos juntos por longos anos. Estava também a pressão por ele exercida na Europa e na América sobre os ditadores em busca da verdade sobre o destino de Julio.

Autor


Limber Elbio Santos


Títol


As 100 linguagens da infância. “A Janela da Minha Tia”

Minha tia mora em um prédio, sua casa está lá em cima, longe do apartamento.

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Revista Infância Latinoamericana (Portuguès)

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