Experiências e histórias do Nível Inicial nas ESCOLAS INTERCULTURAIS BILÍNGUES (EIB)
As experiências pedagógicas que compartilhamos aqui são de meninas e meninos de 4 e 5 anos da comunidade QOM, que frequentam o nível inicial de 2 escolas interculturais bilíngues na cidade de Rosário, no sul da província de Santa Fé, Argentina.
O povo QOM é uma comunidade entre os muitos povos originários de nossa terra.
Para nós, professores/as, o desafio é promover práticas políticas pedagógicas e didáticas transformadoras para poder pensar a educação como um direito social onde as crianças pertencentes às EIB não precisem deixar de ser quem são histórica e culturalmente para usufruir do direito à educação. Por isso, as escolas públicas incentivam e promovem projetos contra hegemônicos plurais e diversos como os que vamos compartilhar aqui.
A Educação Intercultural Bilíngue é a modalidade do sistema educacional nos níveis de Ensino Inicial, Fundamental e Médio que garante o direito constitucional dos povos indígenas, nos termos do art. 75 inc. 17 da Constituição Nacional, a receber uma educação que contribua para preservar e fortalecer suas pautas culturais, sua língua, sua visão de mundo e sua identidade étnica; para ter um desempenho ativo em um mundo multicultural e melhorar sua qualidade de vida.
Da mesma forma, a Educação Intercultural Bilíngue promove um diálogo mutuamente enriquecedor de conhecimentos e valores entre povos indígenas e populações étnica, linguística e culturalmente diferentes, e fomenta o reconhecimento e o respeito por tais diferenças. (LEN N°: 26206: CAP. XI- ART. 52- E.I.B.)
O objetivo da modalidade é: Ser um processo social permanente, participativo, organizado, flexível e dinâmico que permita a livre expressão dos povos indígenas no contexto de uma sociedade plurinacional.
Atende a uma educação integral do aluno indígena, favorecendo a identidade das crianças e desenvolvendo sua competência linguística comunicativa, facilitando o acesso ao conhecimento considerado universal.
Tem como eixo o direito à educação dos povos indígenas sob as diretrizes culturais de cada um deles e com a finalidade de reverter sua exclusão do sistema educacional. Revaloriza e enriquece a língua e a cultura dos povos nativos.
Desenvolve uma metodologia educacional que, por meio da elaboração de adaptações curriculares pertinentes, contemple a Língua e a Cultura das comunidades como conteúdo de ensino e reflexão para fortalecer e respeitar a identidade das crianças. Facilita o acesso ao conhecimento considerado formal, preparando as crianças indígenas para uma participação representativa na vida social e política do país.
Nos últimos anos, o conceito de interculturalidade foi sendo enriquecido como resultado do debate na região e em outros continentes. Inicialmente, focou-se no aspecto curricular e, em particular, na inclusão dos saberes indígenas por meio da incorporação da dimensão social, vivencial e afetiva e da importância dada ao conhecimento do “outro”. Desse modo, a conceptualização da interculturalidade avançou significativamente em alguns dos nossos países, onde a diversidade cultural é assumida como potencial para a construção de sociedades verdadeiramente democráticas e como base sobre a qual assenta o desenvolvimento dos processos educativos. No entanto, na região, o aprendizado de e em línguas indígenas está limitado aos contextos indígenas e, particularmente, àqueles com uma população falante da língua oficial do país, com algumas exceções promovidas por programas de Educação Intercultural Bilíngue.
Experiências:
Nível inicial da escola primária intercultural bilíngue No. 1333 “DalagaicQuitagac” Nova Esperança.
Nossa escola está localizada na zona sudoeste de Rosário, tem uma modalidade intercultural bilingue, por pertencer à comunidade Qom, e é essencial que introduzamos a cosmovisão e a filosofia ancestral como base do nosso planejamento, reconhecendo que tudo ao nosso redor está vivo: uma árvore, uma pedra, água, etc. e que para aceitar os outros é importante que cada um aceite e se orgulhe de sua própria identidade cultural, língua e visão de mundo. A proposta educacional do NÍVEL INICIAL é abrangente, holística, flexível, vivencial, continua, em constante movimento e crescimento, promovendo o desenvolvimento das crianças de forma harmoniosa e afetiva, acompanhando o surgimento de um novo ser humano. E onde arte, produção orgânica, educação ambiental, cooperativismo, cultura do trabalho e outros valores fazem parte do aprendizado diário.
Nossa abordagem integral ou holística implica uma nova forma de viver, um compromisso de todos/as nós que realizamos e vivenciamos essa experiência, para poder expandir. Nosso trabalho é baseado principalmente na sabedoria dos povos originários, uma cultura viva muito potente. Vamos aprender na melhor escola: “O Universo” e seu grande mistério, uma escola onde todas as áreas curriculares estão integradas. Cosmovisão: é a “Visão do Cosmos”, somos parte do cosmos vivo, não apenas o vemos, mas também o tocamos, cheiramos, provamos, ouvimos, nos comunicamos com ele e o experimentamos.
Oferendas. Escola Intercultural Bilingüe n. 1333 “DalagaicQuitagac” Nova Esperança
No Nível Inicial, nos propomos a educar no amor, transmitir magia, entender que a natureza é muito mais que a montanha, o rio: todos fazemos parte dela. Imaginamos, criamos, exploramos livremente, valorizamos meninas e meninos pelo que são em sua essência, ensinamos a amar e amar a si mesmos, a viver plena e livremente em seus corações, a se soltar diante das resistências próprias e das dos outros, abrir-se a infinitas ideias entendendo que tudo é cíclico.
Cada estação do ano tem sua cor e características. Compreender esses ciclos naturais nos leva a entender nossos próprios ciclos. Assim, desde o nosso planejamento, acompanhamos os ciclos naturais, os solstícios e equinócios, a época da semeadura, a germinação, o crescimento, a formação dos frutos, a queda e a morte e a semeadura novamente.
Ao nos alinharmos conscientemente com esses ciclos, aceitamos sabiamente nossos próprios processos e fazemos uma conexão profunda e poderosa com o planeta. As estações correspondem diretamente aos quatro elementos da natureza: terra, água, fogo e ar. Nessa perspectiva, cada ano torna-se assim uma viagem através de cada um dos elementos, sendo capaz de corrigir o desequilíbrio que surge em nossas vidas. Nossa primeira parada na viagem:
Tambor, Escola Intercultural Bilíngue No. 1333 “DalagaicQuitagac” Nova Esperança.
Ao nos alinharmos conscientemente com esses ciclos, aceitamos sabiamente nossos próprios processos e fazemos uma conexão profunda e poderosa com o planeta. As estações correspondem diretamente aos quatro elementos da natureza: terra, água, fogo e ar. Nessa perspectiva, cada ano torna-se assim uma viagem através de cada um dos elementos, sendo capaz de corrigir o desequilíbrio que surge em nossas vidas. Nossa primeira parada na viagem: Equinócio de Outono: COTAP. É o momento da última colheita. Elemento ÁGUA- ETAGAT. A água está relacionada às lágrimas, fluxo e sentimentos, emoções.
Segunda parada: O Solstício de Inverno: LATOMAGA. Indica o momento em que o Sol está mais distante. Elemento TERRA – ALHUÁ. O inverno nos ensina sobre nosso corpo físico.
Terceira Parada: Equinócio da Primavera: NAVOGO. É hora de homenagear as sementes que começam a renascer. Elemento AIR – LA’AT. É hora de recomeçar, aparecem os primeiros brotos, as brisas frescas sopram as teias de aranha da mente e fazemos listas e planejamos projetos.
Última parada: O Solstício de Verão: NTAP. Tempo de agradecer pelo crescimento evolutivo da vida e pelo intercâmbio com a natureza. Elemento FOGO – NOREC: a vontade e paixão que nos impulsionam a agir.
Entendemos que esse modo de ensinar, de educar, de viver, não pode ser realizado se não for antes vivenciado, experimentado, apropriado por cada professor/a que o implementa. Tudo deve passar pelo corpo, devemos escolher este como modo de vida. Nosso objetivo nesse nível é ajudar a capacitar e orientar as crianças a explorar e respeitar nosso planeta como a mãe que nos abriga, nos alimenta, nos sustenta e nos ensina, entendendo a simbiose que existe entre nosso corpo e ela e reconhecendo em nós os ciclos e seus processos.
Escola Intercultural Bilíngue N°1333 “DalagaicQuitagac” Nova Esperança.
É um trabalho de muitos anos e cada vez mais nos apropriamos dessa forma de trabalhar, entendendo que a educação deve ser renovada, mas não só a partir dos currículos, do mero fato de transmissão de conteúdos, mas também abordando todo o ser que cada um é: corpo, mente e espírito. Alimentando e enriquecendo e reconhecendo nossos medos, nossos prazeres, nossas capacidades, nossos sonhos, não concebemos outra forma de educar.
Escola Intercultural Bilíngue N°1333 “DalagaicQuitagac” Nova Esperança.
Ao longo dos anos, a horta tem tido um projeto “plantas que curam” que é o eixo do nosso trabalho e apoia tudo o que é feito nesse nível. Assim, por meio da horta, plantando e colhendo, descascando e processando diferentes plantas, fazemos produtos como creme de calêndula, essências, perfumes de lavanda e eucalipto, sabonetes de coco, lápis plantáveis, bem como a deliciosa cana com arruda que ganha relevância em 1º. de agosto, o dia da nossa mãe terra.
A ideia é vivenciar junto com as crianças tudo o que a natureza nos proporciona e ser recíprocos com ela retribuindo um pouco desse AMOR.
Sequência didática
“A chegada de meninos e meninas cujas famílias estão ligadas a uma casa tradicional de origem africana, chamada casa do terreiro, ligada a comunidades religiosas de origem africana por parentesco ou laços iniciáticos. (Primavera, o despertar da natureza)
Nível inicial da escola primária intercultural bilíngue nº 1344. “Taigoyé”
Com a chegada da primavera – NAUOXO -, o elemento natural ar ganha relevância e é com a celebração do Lapacho (árvore nativa da região) que a natureza desperta, as árvores florescem e a escassez do inverno desaparece.
Para iniciar este projeto, os meninos e meninas ouviram e observaram, por meio de imagens, a história “NLOUEC NA NO’ONAXA” – “O DESPERTAR DA NATUREZA”, significativa para nossa comunidade Qom.A partir daí propusemos diversas atividades, que foram realizadas com alegria e muito entusiasmo pelos meninos e meninas de nossa escola.
Conversamos com os/as professores/asanciões1 que estão encarregados de ensinar e transmitir a visão de mundo QOM na escola, sobre sua cultura, marcando o início da celebração da “NAHUOGO” (primavera) e com o conselho de anciões.2
Observamos os lapachos(árvores nativas da região) que nos cercam dentro e fora da escola, reconhecendo suas diferentes cores.
Conhecemos o peixinho dourado por meio de imagens e aprendemos seu nome em Qom.
Fizemos um lapacho para a sala com caixas e o decoramos com diferentes técnicas.
Desenhamos, recortamos e pintamos peixinhos dourados; construímos varas de pescar com Luís, o professor ancião, e nos divertimos montando nosso próprio jogo de pesca.
Brincamos com os nomes dos personagens da história, escrevemos palavras significativas da história.
Também confeccionamos nossas próprias roupas para a festa Nahuogo, onde dançamos e cantamos a música “shimiaxaiche” (beija-flor).
Todos as turmas da nossa escola trabalharam diferentes sequências didáticas, com a coordenação de nossas professoras anciãs, Graciela Núñez, Noemí Yordan, Luis Alonso, Ever Morales e as professoras do nível inicial Carolina Laptuta, Laura Beduino, Sonia Orellano, Viviana Zampatti.
Escolaintercultural bilingue Taigoyé 1344
RELATO EN AMBAS LENGUAS:
HISTÓRIA: “NLOUEC NA NO’ONAXA” – “O DESPERTAR DA NATUREZA”
Meus avós dizem que há muito tempo, nas margens do rio de ouro, vivia uma comunidade Qom.
Iaxattac so iapi’pi so qaioqtegue na’aq, na looigue aso lacheugue, neta’a so nhuo’pi Qompi.
Lá vivia uma jovem chamada ‘Aiaalai’e, que significa “alegria que brilha”.
Neta’a aso qa’añole le’enaxat Aiaalai’e ra aaigui “tonaxac mayi qashelecteguiñi”.
Ela era uma jovem feliz que compartilhava suas doces canções com sua comunidade nas celebrações que realizavam. Ela tinha a qualidade de ser generosa com seu povo.
‘Oonole qa’añole tonaxai qataq iviraxatauga ra lamaaiquiaxac so lo’onec na lauo’le’ecpi ra ño’oxonnataxanaxanaxa ra qaia’arañi. Huo’o ra lataxac ra ichoxoren so lauo’pi.
Nessa comunidade, junto com sua família, vivia o jovem Saashenaq, seu nome significa “quem vem do rio, que brinca”. ele conhecia as montanhas e os rios. Todas as manhãs saía com a família para comer marisco, como os outros faziam; e quando eles voltaram, compartilharam comida com seu povo.
So nhuo’pi, qataq ialecteuo na ñalaqpi, nataqa’n so nsoq Saashenaq ra le’enaxat naaigui “Chegaqaama ayi lacheugue, ashaxaic”. So mayi iauatton na aviaq qataq ‘ana lacheuguepi. Yi nte’etom inoxore’c nnaaitega’t qataq na lauo’le’ecpi, ra lo’onataxanaxac na laiepi; Qaq nvireuol nache iachet so lauo’pi. Nam lla’ac nallec.
Os jovens, crescendo juntos, compartilharam histórias, canções e, ao longo da vida, tornaram-se grandes amigos.
Qaq soua nsoxorolqa nquictrashegue’m, vaatragui ra la’aqtaxanaxa’c, lo’onaxanaxac mayi qaioqtegue ra nachaalataxa’c io’ot ra ‘onaxaiqa ra nyecquiaxa’c.
Nessa época, dizem que o inverno durou muito mais e isso preocupou o cacique porque a comunidade ficou sem comida, sem frutas. A escassez foi ficando cada vez maior.
Qaq se’eso na’aq, iaxattac ra na latomaxa iataqta quia’aq iaguec ra lqochoxo so Nataxala’ cha’ayi so nhuo’pi huotaaique ra qaica ca qanallec, qaca aca ‘ala na avia’q. Ra nhuenaxanaxa iataqta nquictauec lata’araic.
O cacique, lembrando-se dos ensinamentos de seus ancestrais, convoca a comunidade para que juntos façam orações a nala’. Ela os escuta e envia shimiaxache para dar ao cacique um recado de que “eles devem ir à montanha acordar Huashe porque ela havia adormecido e junto com ela, as árvores e os animais do Chaco”.
So nataxala’ icovennate ra lapaxaguenataxanaxac som chegoxoiguipi nache i-iaxanapegue’ som lauo’le’ecpi ra enauac qaiasaxasheguemec ca tamnaxac ‘añi Nala’. ‘Añimayi ishet ra hua’aqa nache namaq aso Shimiaxa’che ra nache ca na’aqtac naia’a so Nataxala’ ra iven ra qotaaigui so avia’q ra qanqotoxon aso Huashe cha’ayi ro’ochi-iaigui so avia’q qataq na shigui-iacpi yi Chaaco.
Certa manhã, ´Aiala’e e Saashenaq foram para a montanha em busca da protetora das plantas e animais. Enquanto caminhavam por lá, eles se lembraram das palavras de seus avós que lhes contavam que huashe mora em um lugar cercado de espinhos. Depois de tanto caminhar, avistaram um lugar diferente, limpo, grande e cheio de beija-flores que davam a sensação de proteger as flores e tudo que ali vivia.
So nte’eta aso Aialai’e qataq so Saashenaq taroigui na avia’q ra iloraaique aca nanguishe ra npaqtaxanaqte nanguishe qataq a shigui-iacpi. Qaq so ñaq coletrapelguete yi’iyi, tachigui lauel ra la’aqtac so lapi’pi ram na’aqtaxanaxac aso Huashe yi neta’a lma’ coleesop ‘ana le. Qaioqtegue ra lqueuoxoc nache ila’a so nma’ ma ioxosa’a, qui’ittelec, qataq lta’araic nlaqaalec ‘ana shimiaxa’che iaachiguio’ ra huo’o ca qanpaxattalec ‘ana lauoxopi qataq na lma’ yi’i mayi hueta’a.
Percebendo que finalmente haviam encontrado aquele lugar tão almejado, ambos se preparam para oferecer canções para que Huashe acorde. Os pássaros os cercaram e acompanharam seus cantos batendo as asas e compartilhando suas melodias alegres.
Qaq so nanom ra ivira ra ilalec se’eso mayi iaguec ra nyaxa ra qailalec nma’, nache se’esoua ia’n ra iaare’c ra ro’onaxat, chaxan eesa ishet ra nlouec Huashe. Qaq na maiopi imauec qaicoleesop ra ro’onaxan qaiuaxata’at ‘ana nauapi qaialecteua’a ra ntonaxac iauota’a ra nlamaxa.
Ao ouvir isso, a protetora acorda e percebe que havia dormido muito e junto com ela, a montanha. Recompõe-se e, pegando nas mãos dos jovens, lhes diz: – ¡ña’achec ra aiem qanqotoxoñi!
Qaq so huaxaia re’era, asom nhuataxanaxanaqte nlouec qaq nanom ra ro’ochaañi mashe qaioqtegue qaq nache qaiauaxaiguet asomayi, yi aviaq. Nachaxan iaconalo naua lhuaxayel soua nsoxorolqa, nache enaco’: -¡Ña’achec ra aiem qanqotoxoñi!
Então ele começa a chamar todos os shimiaxache (beija-flores) para acordar as árvores, os animais e todos os seres da montanha. A partir desse momento, as árvores começaram a brotar, deixando para trás o marrom e o frio do inverno rigoroso.
So lcopa’ague nache i-iaxana enauac ‘ana shimiaxa’chepi chaxan eesa ishet ra nqotoxon ‘ana epaqpi, qataq na shigui-iacpi qataq nam ilotegue’ na aviaq. Nache chegoqchiguiña se’eso na’aq, ‘ana epaqpi chigoqchiguiña ra nsalaue, no’onapegue’ se’eso qauem atom qataq so latomaxa.
‘Aiala’e e Saashenaq voltam para sua comunidade e carregam dentro de seu lqotaqui, alguns alimentos que Huashe compartilhou com eles, na’ala, amap, mel, hueraxañic. Seu povo, agradecido, os recebe com danças e canções. Aquela foi uma tarde de grande festa.
Aialai’e qataq so Saashenaq ishet ra ie’eguelaxaua’a yi lauo’pi iachetangui aso lqotaqui soua nallecpi, Nachi aso Huashe ime eec ‘ana Na’ala, qataq na Amap, qataq Te’esaq lli’i, qataq Hueraxañic. Ntootapigui’ so lauo’pi, iaconguet ra lasotaxac qataq ro’naxataxagui. Se’eso Avit iataqta lta’araic ra tonaxac.
Meus avós dizem que uma brisa envolveu ‘Aiala’e e a transformou em uma linda árvore cheia de flores cor de rosa e transformou Saashenaq em um lindo peixinho dourado.
So qarapi’pi iaxattac ra qananomteguet se’eso eco’ latomaxa ipelteelec aso Aialai’e nache nleguemaxat nañigui aso ‘onaxaic epaq ra’aichigui ‘ana lauoxo mayi imauec rasau qaq so Saashenaq nañigui se’eso ‘onaxaic nhiaq iqovialec qataq qashelectapiguiñi.
É por isso que a comunidade, quando o lapacho em flor aparece e seu aroma chega ao rio, acordando Saashenaq, ele alegremente começa a espalhar e contagiar a todos com sua alegria, anunciando que uma nova estação está chegando, rasovi, primavera, deixando para trás o mau momento de escassez, nauoxo.
Ioqo’oyi so nhuo’pi ra nachaxan ara Aialai’e ra huo’o ‘ana Lauoxo qataq ra lamaaic nachi iviraxama ayi lacheugue, nlotec so Saashenaq, ntootapigui’ nachi chegoqchiguiña ra huomtapiguiñi iachaxatapec ra ntonaxac, iaxatta’aguet ra nvireuo na ralaxaic naloqnec, ra rasovi, ra lvitaxac nauoxo, iachaiya’ qataq no’onaxatañi som qauem mayi huaaigui ra qaica ca qanallec, mayi le’enaxat NAUOXO.
Prof. Natalia Fanjul
Prof. Luciana Arambarri
Docentes de Educação Inicial
NOTAS
1. Professores anciões, os professores apropriados são encarregados de ensinar e transmitir a visão de mundo QOM na escola, o artesanato e a linguagem pertencem à comunidade e são eleitos pelo Conselho de Anciãos.
2. O Conselho de Anciões é formado por membros de referência da comunidade (referências que se destacam por sua sabedoria sobre a cosmovisão), mesmo que não sejam os mais velhos.
BIBLIOGRAFÍA
https://www.argentina.gob.ar/educacion/validez-titulos/glosario/ley26206
http://eib.educ.ar/