Infância latinoamericana. Num.33. A escola na América Latina: desafios em tempos de pandemia
Editorial. A escola na América Latina: desafios em tempos de pandemia
Durante a pandemia, os direitos das crianças foram violados de várias maneiras, principalmente o direito de educar-se na interação face a face com seus/as colegas e professores/as na escola, o direito de educar-se por meio de brincadeiras sociais e de desfrutar do bem-estar que isso implica; todas elas condições essenciais para a formação da primeira infância.
Conselho de redação da Colômbia
Tema
Três contribuições que são leitura e discussão essenciais.
O Chile nos dá inicialmente uma aula magistral sobre o caminho educacional e os novos desafios da pandemia. Reformulando a educação infantil, da universidade para a profissão em prática.
A Espanha recupera a voz de Irene Balaguer, Pedagoga, pela mão de Rosa Ferrer. Ela nos faz lembrar os direitos da criança. Direitos que sob a pandemia entraram em confronto com a rigidez dos currículos.
O Chile aborda a questão da desigualdade, antes e durante a pandemia, indicadores e reflexões sobre as margens de acesso e controle dos dispositivos tecnológicos.
A orfandade da interculturalidade abriu um processo de debate sobre a necessidade urgente de abordá-la a partir do sentido de comunidade construída coletivamente.
Contextualização
Como sociedade e certamente como profissionais dedicados à educação, enfrentamos uma das maiores crises pandêmicas da história, o que para muitos constitui um ponto de inflexão em relação a como são compreendidas e valorizadas as dinâmicas que norteiam as relações sociais, políticas, educativas, afetivas e educativas, valorizadas a nível global. Isso é observado com especial atenção no campo da educação onde devem ser projetadas mudanças essenciais que contribuam para superar as limitações de uma sociedade desgastada e desigual desde antes da pandemia e apostar em aspectos de comunicação para além das ferramentas virtuais para focar efetivamente em um ambiente mais relacional na forma de comunicação (Reimers & Schleicher, 2020).
Tema. Direitos da infância e o currículo em plena pandemia
“Para escrever este artigo recuperei algumas notas de várias conversas e reflexões que tivemos sobre este assunto com a mestra dos/as mestres Irene Balaguer sempre com base nos “direitos da criança”.
Tema. Nós nos permitimos a esperança
“Há dois pães. Você come os dois. Eu nenhum. Consumo médio: um pão por pessoa” (Nicanor Parra)
O que aconteceu na vida afetiva das crianças e suas famílias, nestes tempos sem precedentes de pandemia?
Existem exaustivas revisões de evidências empíricas tanto a nível nacional como internacional, nomeadamente no CEANIM (Centro de Estudos e Atendimento à Criança e à Mulher). Ouvimos os testemunhos de mulheres/mães, e familiares em geral, nos quais apontam que as mudanças aconteceram desde as rotinas diárias, como as longas horas de exposição à televisão, à percepção de insegurança do presente e à incerteza do futuro, alterando as relações familiares dentro dos lares.
Cultura e expressão
O México traz sua cativante experiência educacional sob uma pandemia. Os precedentes dos Game Spaces em Barcelona, mesmo da Maison Vert na França, estão presentes.
Espaços de acompanhamento, observação, criação, registro, reflexão para a comunidade. Família e pequenos espaços comuns. Redes de conhecimento e saber compartilhado. Apresenta estratégias e soluções no âmbito da pandemia sem esquecer o trabalho do tecido social.
A Argentina nos oferece um olhar sobre a infância, a arte e a educação através da sabedoria dos povos originários, da realidade social em que vivem e na qual se expressam. O significado do “comum” como dimensão ético-política dos processos educativos e o reconhecimento da singularidade cultural de meninos e meninas, bem como o reconhecimento da potência, da energia da infância que nos surpreende a cada dia com suas capacidades.
Introdução
No marco de uma lógica social que pondera o valor das coisas ao mesmo tempo em que fragiliza o valor da vida, é preciso repensar o olhar sobre a infância, a arte e a educação para a construção de projetos que tensionem essa lógica que o poder busca instituir, em busca de reinventar formas coletivas de bem viver. A articulação de um posicionamento político pedagógico convoca dimensões éticas e estéticas para educar as crianças recuperando a energia vital que impulsiona os horizontes do futuro na complexidade do presente.
Cultura e expressão. “Os Cheiros da Revolução”
Eu sou Paloma Castillo, a Agente Educativa que coordena o Centro Comunitário de Atenção à Primeira Infância (CCAPI) chamado “Um bom começo” número 15, localizado no bairro Blanca Esthela, no município de Ramos Arizpe Coahuila no México, desejo que com minha história possamos viajar para este lugar maravilhoso onde os sonhos são construídos com meninas e meninos por meio de cuidados amorosos e sensíveis que fortalecem as práticas parentais acompanhadas de seus principais cuidadores e se aproximam não só com o que eu digo agora, mas com o que eles puderam ver, sentir, ouvir e cheirar se estivessem no meu centro.
História da educação. Professora do povo Yagán. Cristina Calderón Harbán (1928-2022)
Quando se aborda o tema da Educação Infantil, logo vêm à mente da maioria das pessoas nomes de educadores destacados ou educadores profissionais, com os quais aprendemos muito em seus inúmeros livros. Pestalozzi, Froebel, Agazzi, Decroly, Montessori são alguns desses grandes professores cujo conhecimento revisamos repetidamente em suas obras. No entanto, na América Latina também existem outros tipos de educadores, cujo trabalho é pouco falado e ainda menos reconhecido, embora desde suas culturas trabalhem com crianças com conhecimentos que em grande parte são consistentes com os critérios e princípios que vêm da ciência moderna. Esses/as educadores/as – professores/as comunitários – são oriundos de povos indígenas e grupos afrodescendentes e trabalham a partir de uma educação contextualizada, cheia de significados para as crianças de suas comunidades, com grande participação de suas famílias e comunidades.
As 100 linguagens da infância. A educação infantil no contexto mapuche em tempos de pandemia
Mari maripulamgen, mari marikompu che, inche Verónica MaliqueoNeicoPingeñ, inchetuwün nueva imperial warriamew, welu tañí lof folilcatrianchepiñgey. Olá a todos os irmãos e irmãs, e a todas as pessoas, sou Verónica MaliqueoNeico, venho da cidade de Nueva Imperial, mas minha comunidade se chama Catrianche.